Saiba o que é a Calculose Urinária ou pedra nos rins

Saiba o que é a Calculose Urinária ou pedra nos rins

A calculose renal, ou pedra no rim ou litíase renal, é uma doença que atinge cerca de 10% da população mundial, podendo ocorrer em qualquer idade, sexo ou etnia.

Quando o paciente é diagnosticado, geralmente há mais casos na família e quem apresenta um primeiro cálculo tem 40% de chances de desenvolver novos cálculos.

O cálculo é realmente uma “pedra”, com consistência e cor variáveis.

Pode ser muito mole e se pulverizar com o simples toque dos dedos,  ou ser extremamente duro.

Sua cor pode variar do branco-marfim, creme, marrom até o preto. Seu formato pode ser arredondado e liso ou irregular e cheio de pequenas pontas.

A função do rim

O rim é o filtro do sangue que circula em nosso organismo.  Toda substância em excesso no nosso organismo é filtrada e jogada para dentro do rim, onde a urina é produzida e levada para o exterior do corpo através do sistema urinário.

Dentre essas substâncias filtradas existem algumas sob a forma de “cristal”, que são semelhantes a pedras em miniatura. Duas principais substâncias são eliminadas na forma de cristal. São elas o cálcio e o ácido úrico.

Algumas pessoas têm uma tendência para esses cristais se depositarem dentro do rim. Essa tendência pode ser um distúrbio genético (ou hereditário onde há mais pessoas da família com o mesmo problema) ou devido a distúrbios alimentares.

Uma vez depositados nessas regiões, o acúmulo constante de mais cristais faz com que eles se agrupem, se unam e formem os microcálculos, que cada vez mais vai acumulando cristais e crescendo, podendo  chegar a ter apenas alguns milímetros até alguns centímetros de tamanho.

Há também um tipo especial de cálculo formado por infecção urinária crônica, chamado “cálculo coraliforme”.

Geralmente essas pedras são diagnosticadas quando elas saem do rim e migram para a bexiga pelo canal do ureter, causando a famosa cólica renal, que é uma dor súbita, forte de um lado do corpo que vai das costas até a bexiga, associada a náuseas e vômitos, suor frio, vontade de urinar e evacuar, e que obriga o paciente a buscar pronto atendimento.

O cálculo também pode ser encontrado, de maneira assintomática, enquanto ainda não migrou para o ureter, durante exames de rotina.

É importante saber que o cálculo renal por si só não causa sintomas enquanto estiver localizado dentro do rim.

O que ocorre é que quando este se desloca pelo ureter para a bexiga, causa bloqueio do fluxo de urina pelo ureter, que é um tubo fino com 7 a 8 milímetros de diâmetro. Essa obstrução à passagem da urina causa uma dilatação temporária do rim, que causa a dor.

Uma vez que a dor é causada pela obstrução do ureter, isto significa que a dor não tem relação com o tamanho do cálculo. Desde que haja dilatação do rim por obstrução, há dor.  Logo, um cálculo de 4 mm e um de 2 cm causam dor com a mesma intensidade.

Alguns pacientes conseguem expelir cálculos grandes sem dor alguma, enquanto outros têm dor intensa e quase insuportável para eliminar pequenos cálculos.

Isto depende da sensibilidade à dor de cada indivíduo.

A grande maioria dos cálculos renais são de tamanho pequeno, com grande chance de eliminação espontânea.

Estima-se que, em uma cólica renal, o paciente tenha 80% de chance de eliminar espontaneamente a pedra somente com o uso de analgésicos.

O maior risco para quem tem o cálculo é a ocorrência de cólicas em momentos inesperados.

Situações especiais como cálculos grandes, pacientes com rim único, infecção urinária associada e dores de difícil controle, necessitam de atendimento especializado.

Desenvolvimento de novos cálculos

Como foi dito, os pacientes que identificam seu primeiro cálculo, têm 40% de chances de desenvolver um novo cálculo no futuro.

O tratamento preventivo para a calculose consiste na produção abundante de urina com o intuito de lavar constantemente o rim, levando para fora do organismo os cristais formadores de cálculos. Portanto, recomenda-se a ingestão de líquidos espaçadamente durante o dia, com o intuito de manter uma urina sempre de cor clara. Então não há uma quantidade exata de líquidos para tomar, pois no verão é necessário muito líquido para a urina ficar com aspecto claro, enquanto que no inverno, uma ingestão de menor quantidade, já é suficiente.

O ideal é beber várias vezes e aos poucos durante o dia e observar a cor da urina. Se estiver clara está tudo bem, se estiver concentrada deve-se aumentar a ingestão de líquido.

Não há um líquido melhor que outro. Segundo vários estudos médicos a água pura, sucos, refrigerantes, chás, etc têm o mesmo resultado.

Foram estudados os chás caseiros de algumas substâncias como o “chá de quebra pedra” e não se identificou nenhuma substância com ação medicinal de efeito comprovado, então sugerimos a utilização de líquidos habituais,  de acordo com a preferência do paciente.

Alimentação

Estudos atuais demonstram que a dieta com restrição de alguns alimentos não  diminui  a  incidência de formação de cálculos.

Por ser uma doença causada por um distúrbio genético, considera-se, atualmente, que o consumo de leite e derivados, café, chás e frutas em geral, não causam um aumento no risco de formação dessas pedras.

Apenas para pacientes portadores de calculose renal por ácido úrico está indicada uma dieta controlando alguns alimentos.

Os cálculos que causam preocupação e necessitam tratamento são aqueles de tamanho razoável que estejam alojados dentro do rim, mesmo sem sintomas; cálculos que estejam causando algum grau de obstrução, mesmo que sejam pequenos e cálculos associados a infecções urinárias. Nestes casos necessitam ser extraídos.

Em havendo necessidade de tratamento cada caso deve ser individualizado e o paciente e o médico irão decidir em conjunto qual a melhor opção.

Na investigação do cálculo renal, existem vários exames que devem ser realizados para um completo esclarecimento da situação, como ultrassom , raios-x, tomografia, exames de sangue e urina, etc.

Pacientes portadores de calculose renal de repetição devem fazer revisões periódicas com um especialista para o  acompanhamento da patologia.